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Artigo O que provocou o apagão da internet em 2 de julho de 2008?Assim como a polícia, os bombeiros, a CET e milhões de pessoas aqui em São Paulo, milhões de usuários do Speedy ficaram sem internet. Foi um apagão histórico, que entrou na capa de todos os jornais. Só que ninguém conseguiu explicar o mais importante: o que, afinal, causou a pane? A Telefonica dificilmente vai contar, o mais provável é que dêem uma explicação meio fajuta e o caso seja esquecido. Mas dá para fazer alguns raciocínios:
Aparentemente, o problema começou no servidor DNS. Como se sabe, DNS é abreviação de Domain Name System, o sistema que traduz os endereços dos sites. O verdadeiro endereço do YouTube, por exemplo, não é youtube.com. É 208.65.153.253. Já pensou se você tivesse que decorar os números de todos os seus sites preferidos? Seria um caos. Ao que tudo indica, os servidores de DNS da Telefônica pifaram sem aviso prévio. Dizemos isto porque os usuários do Speedy que reconfiguraram seus computadores para utilizar DNS alternativos conseguiram acessar a internet mesmo durante o apagão.
Aí, a coisa ficou pior. Todo computador ligado à internet é identificado por um número: o endereço IP (veja qual é o seu acessando o site showmyip.com). Cada país tem um lote de endereços IP, repartidos entre os seus internautas, cada pessoa ganha um. Quando a pane da Telefônica começou a se normalizar e os usuários do Speedy foram se reconectando à internet alguns perceberam uma coisa estranha: seus computadores tinham ganho endereços que não pertenciam ao lote brasileiro - eram dos Estados Unidos!
Isso sugere que a Telefônica possa ter sofrido uma segunda pane: desta vez, no sistema que distribui os endereços IP (o Dynamic Host Configuration Protocol, ou DHCP). E, para contornar o problema, usou um DHCP localizado em outro país.
O que, ou quem, causou tudo isso? Só os engenheiros da Telefônica podem dizer ao certo, mas a coisa toda parece muito estranha. Os sistemas DNS e DHCP são relativamente simples, e dependem de poucas máquinas. Em caso de problemas, não é difícil consertá-las ou até mesmo colocar outras no lugar. Então houve hackers na jogada? Sempre é possível. Mas, para causar tanto estrago, é preciso sofisticação: descobrir falhas de segurança nos equipamentos de rede da Telefônica e desenvolver um método para explorá-las. Mas... espere aí... grande parte da internet usa equipamentos Cisco. Se você tivesse um método infalível para arrebentá-los por que começar por São Paulo? E por que parar na Telefônica? Por que não atacar NET, Brasil Telecom e outros que usam equipamentos similares? Que tal um apagão mundial? Com um zero-day exploit das máquinas Cisco, dá para fazer. Mas ninguém fez - provavelmente, porque não tem bala na agulha. Isso certamente descarta a hipótese de um superataque.
Provavelmente, a coisa foi banal. A Telefônica fala em defeito “complexo e raro”, sem dizer o que é. Sabe o que achamos? Alguém esqueceu de instalar alguma atualização de segurança ou tropeçou no fio da tomada e o sistema foi vítima de um ataque meio “pé-de-chinelo”. Ou então os técnicos estavam mal-preparados para lidar com falhas previsíveis. Será? Ou essa acusação é injusta? Aguarde os próximos capítulos.
Seja qual for a causa, o fato é que Telefonica ontem tomou um grande golpe em sua credibilidade. Ninguém vai falar o que realmente aconteceu, irão inventar uma desculpa ou algo mais brando para o problema. Mas uma coisa estranha pode ter acontecido: é muita coincidência a Telefonica ter decretado a tercerização de toda a sua mão de obra apenas um mês antes do problema. Dizem que mandaram embora muito pessoal contratado embora. Tinha muita gente inteligente e capaz que passou a ser tercerizado lá dentro, sem muitos benefícios e com salários menores. Todos esperamos que não tenha ocorrido sabotagem, mas isto talvez nunca vamos saber. Cá entre nós, se fosse isso, poderíamos classificar a tercerização de mão de obra da Telefonica como uma economia porca e que deu muito prejuízo para a empresa e para milhões de outras pessoas e empresas.
Publicado em 06/07/2008 às 00:00 hs
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