[Thecnica Sistemas] Arquiteto deu todas as dicas e cliente não fechou negócio para fazer projeto. E agora, como fica o profissional? 
Login: 
Senha:   
Fazer cadastro conosco
O Site | Quem somos | Contato | Cadastre-se | Apoiadores
Equipe | Perguntas freqüentes

Home
 
Artigos e dicas
 
Cálculos e dados
 
Como trabalhamos
 
Aparelhos restaurados
 
Informações e discussões
 
Equipamentos à venda
 
Contato conosco
 

Você está aqui: Home » Artigos sobre Profissão e carreira
Artigo (veja mais 28 artigos nesta área)

Arquiteto deu todas as dicas e cliente não fechou negócio para fazer projeto. E agora, como fica o profissional?

Por Arq. Me. Iberê Moreira Campos e equipe

Com efeito, quando o cliente não entende a importância do planejamento de uma obra fica difícil compreender o trabalho do arquiteto e de todo mundo que pensa, ao invés de assentar tijolo... Em geral, as pessoas querem alguém que vá lá e construa a casa, e não alguém que fique questionando, sugerindo opções e criando ainda mais dúvidas... E é este o papel do arquiteto, ou seja, entender a situação, determinar quais são as metas a serem atingidas e procurar oferecer soluções de acordo com o orçamento proposto.

Quando se percebe que o cliente é deste tipo, o arquiteto (e outros profissionais de projeto) deveriam evitar de perder tempo, pois se a pessoa não entende o que fazemos fica difícil convencer alguém a nos contratar. Melhor gastar o tempo andando atrás de pessoas que nos valorizam, que entendem o que fazemos e se disponham, no mínimo, a discutir os honorários.

Numa situação como esta relatada, podemos comentar três aspectos que poderiam (ou deveriam) ter sido evitados. O primeiro ponto é a questão de ficar oferecendo dicas e soluções. Ora, este é justamente o trabalho do arquiteto, depois que estuda a situação e discute com o cliente, automaticamente acaba chegando na solução do caso, determinando em linhas gerais como o projeto será feito. Para um leigo, isto significa que o projeto está pronto, só falta fazer o... Desenho. Sim, para um leigo, o desenho é o projeto e vice-versa, ele não entende que o desenho é apenas uma representação do projeto, que abrange muitos estudos e análises que custam muito mais caro (e são mais valiosos) que o desenho em si.

Outro aspecto pouco positivo notado no relato é a fato de ofertar preço de projeto por metro quadrado. A contagem destes metros quadrados é complexa e dá margem a dúvidas. Por exemplo, digamos que vamos fazer um projeto de residência num terreno de 250 m2, onde será construída uma casa de 150 m2. Qual área será considerada? Normalmente, será de 150 m2, só que o arquiteto vai ter que fazer um estudo e propostas para toda a área externa, onde ficam jardins, muros, portões, circulação e outros itens que compõe estes ambientes. Deveria, então, cobrar a taxa para os 250 m2 que compreendem todo o terreno? Como fazer? Esta diferença de metodologia, por si, já dificulta a avaliação que um leigo pode eventualmente fazer da proposta apresentada pelo arquiteto. O correto, ao nosso ver, seria dar um preço global (fechado) para todas as etapas, discriminando o valor para cada uma delas: estudo preliminar, anteprojeto, aprovação nos órgãos públicos, projeto executivo, detalhamento, armários e assim por diante. O cliente pode contratar tudo ou só partes da proposta, conforme ficar melhor para todas as partes.

Por fim, como a maior parte dos clientes não valoriza mesmo o trabalho de planejamento e projeto, talvez fosse uma boa política fazer um preço bem camarada para o projeto mas já amarrar a execução da obra ao fato do arquiteto fiscalizar ou administrar a obra. Como é mais fácil convencer o cliente a pagar estes dois serviços, e também porque estes serviços são mais lucrativos, o que se ganha a mais com eles poderia eventualmente compensar o desconto dado no valor do projeto.

Em resumo, portanto, o fato de alguém não nos contratar não chega a ser um problema. A gente faz o melhor que pode, procura atender da melhor forma possível. Mas nem sempre somos convincentes o suficiente, ou então o cliente está mesmo mal intencionado, quer tirar suas dúvidas e ganhar idéias de presente, sem ter que pagar por isso. Quando isto realmente acontece, ao invés do arquiteto ficar triste, deveria até ficar contente. Num primeiro momento está perdendo, porque investiu sem tempo e não vai obter retorno, mas em compensação não vai ter que trabalhar para alguém que não o valoriza. Isto, a longo prazo, pode ser até bom. Melhor gastar nosso tempo com quem realmente entende o que fazemos e nos paga de acordo.



Publicado em 03/05/2018 às 13:30 hs, atualizado em 03/05/2018 às 15:10 hs


Enviar para amigo Assinar newsletter Entre em contato
Enviar para amigo Assinar newsletter Entre em contato

Nenhum comentário até o momento.

Seja o primeiro a comentar este artigo!

Login:
Senha:
  • Se você já se cadastrou no site, basta fornecer seu nome e senha.
  • Caso ainda não tenha se cadastrado basta clicar aqui.


TEMOS MAIS 28 ARTIGOS SOBRE :
Será que passar uns tempos em São Paulo ajuda a alavancar carreira de um arquiteto?
Teria como pagar menos imposto em firmas de prestação de serviço de projeto e construção?
Como pode se regularizar perante a legislação o profissional que executa obras, além de fazer o projeto?
Qual o melhor tipo de contrato para o arquiteto ou designer executar obras? Fiscalização, administração ou empreitada?
Quanto o arquiteto ou designer deve cobrar um acompanhamento de obra?
Quanto cobrar num projeto de reforma de uma edificação?
Qual é o valor da minha hora-técnica? Como calculo isso?
O arquiteto na administração de obras: vamos unir o útil ao agradável!
O que devo fazer numa visita técnica a uma construção que estou fiscalizando?
O que é uma consultoria e como vender isso?
Dificuldades para cobrar dos clientes de escritório de projeto e construção. Será que resolve emitir boleto para eles?
Como calcular o valor do quilômetro rodado para quem trabalha com obras na construção civil?
Dúvida em contrato de trabalho feito em parceria entre arquiteto e engenheiro
O que fazer quando o cliente não confia no administrador da obra?
Até onde vai a responsabilidade do arquiteto numa obra que executou?
Aplicação do método CUB em reformas de casas e outras edificações
Como orçar uma reforma de edificação pelo método CUB
Qual a diferença entre fiscalização, gerenciamento e administração de obras?
É possível transformar casa térrea em um sobrado?
Como lidar com os clientes que não pagam?
O arquiteto ou engenheiro deve cobrar taxa de visita para “dar uma olhada”?
ART de serviços terceirizados de uma obra sob responsabilidade de outro arquiteto ou engenheiro
Táticas para pedir (e conseguir) aumento de salário
Porque o arquiteto e o engenheiro civil devem cuidar da administração de obras
Espanhol cresce como ferramenta de trabalho
Perguntas mais comuns em uma entrevista de emprego(3/3)
Procedimentos em uma entrevista de emprego (2/3)
Preparando-se para uma entrevista de emprego (1/3)


Entrar em contato
  • Por favor entre em contato para qualquer dúvida, imprecisão do conteúdo ou informação indevidamente divulgada.
  • Os artigos e demais informações assinadas são de integral responsabilidade de seus autores.
  • O conteúdo deste site está protegido pelo Acordo Internacional da Creative Commons.
  • Os produtos e serviços de terceiros aqui divulgados são de inteira responsabilidade de seus anunciantes.
  • Nosso nome, logomarca e demais sinalizações estão protegidas na forma da lei.