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O que leva as pessoas a procurar um curso de psicanálise?

Ao ler um artigo de Renato Janine Ribeiro, li o seguinte:
“Nosso mundo está em constante mudança e é uma ilusão querer decifrá-lo e gerar paz com isso... O que se deve fazer é outra coisa. É melhorar a qualidade da dúvida. Não é responder definitivamente às perguntas, mas aprender a vivê-las melhor. É conviver com as mudanças... mais dispostos a conviver com nossas dúvidas e a suportá-las”.

Desde os primórdios, a educação formal e institucionalizada desempenha um papel. Este papel consiste em manter e preservar a cultura e a ordem social existente. Porém este espírito de conservação e mantido através do medo e da repressão, pois exatamente onde se deveria proporcionar a compreensão destas angustias se proporciona o reforço das mesmas.

Há tempos, vozes com alto e bom som, nas escolas, desde o Ensino Básico ao Centro Universitário, e nas comunidades em torno delas, falam da necessidade de compreender o que acontece com a mente humana. No presente momento social crescem as ansiedades, o estresse, o suicídio, a depressão e o medo.

Essas angustias explodem em rebeldia, a sociedade pós modernidade se empenha em manter os padrões outrora existentes, porém há agora o medo gerado pela liberdade que caracteriza a globalização. A repressão e os medos se intensificam em uma tentativa desesperada de retorno, retornam os valores da modernidade podem voltam exacerbados, intensificados, constroem-se a cultura do excesso.

O reforço do individualismo, o mercado como razão e a tecnicidade, voltam, porém, exacerbados, intensificados, constrói-se a cultura do excesso. Tudo se torna “hiper“: hipermercado, hiper-classe, hiper-capitalismo, hiper-potência, hiper-texto.

Nas instituições de ensino, a lógica técnico-científica se impõe (Hiper-escola?).

Será o curso de Psicanálise um reflexo da hiper-modernidade, expectativa de entendimento, para uma comunidade impactada?

Segundo pesquisa do jornal O Globo de 10/07/2004, 55% dos jovens brasileiros focalizam a segurança e 52% o emprego. Hoje a realidade do desemprego, a forte necessidade de preparo e formação profissional reveladas na pesquisa citada no Jornal O Globo, conscientizam os estudantes, mas não impedem, que sejam captadas as inquietações, as incertezas e os riscos da decisão.

A procura de cursos de graduação ou de formação tem por origem o atendimento a uma vocação profissional, ou surge como resposta a preocupação com o emprego seguro?

O que procuram as pessoas a iniciarem um curso de psicanálise?

O curso inicia com uma abordagem neurofisiológica – Começamos com o corpo, o cérebro, os órgãos dos sentidos, a estimulação, as percepções, os resultados no comportamento

Mark Solms propõe a validação da psicanálise pelas evidências das neurociências.

Em resposta Joge Forbes salienta a impossibilidade “da junção de paradigmas incompatíveis”. Acrescenta, “neurologistas e psicanalistas melhor fazem refinando suas diferenças e se surpreendendo mutuamente”.

Poderá esse aluno iniciante abrir-se para a surpresa das incompatibilidades? De que cérebro, falam as neurociências? E a psicanálise? Atrás de que cérebro e de que corpo está o grupo de estudantes insatisfeitos diante da falta de certezas?

Em português temos apenas uma palavra para corpo, mas o idioma alemão fala de dois corpos: Körper e Leib. Körper é o corpo material, concreto, mensurável, tratado pelo médico e objeto de pesquisas tanto das neurociências quanto da psicologia cognitiva. Leib é o corpo vida que não pode ser medido nos padrões cartesianos ou com qualquer instrumento de medida.

Leib é o corpo que interessa ao filósofo Heidegger que não aceita a separação soma-psique. É o corpo que como relembra Forbes em seu seminário, surpreendeu o jovem médico neurologista Sigmund Freud, estudioso das estruturas nervosas animais.

Em Paris, na clínica de Charcot, a Salpêtrière, Freud se defronta com um “outro corpo”. Esse corpo que Freud denominou “corpo traumatizado”, não correspondia ao corpo com os tratos nervosos tão conhecidos por ele. Era um corpo como diria Heidegger, não mensurável. Forbes continua com o psicanalista Jacques Lacan que também se dedicou ao Leibproblem. Lacan durante vinte anos cientificou o trabalho de Freud através da lingüística de Saussure. Nos anos setenta, porém, escreveu o seminário Encore, (Mais, ainda) que em francês tem a mesma pronúncia de En Corps, (No corpo), levando a psicanálise além da ciência.

Conhecer a ciência dos processos psíquicos admitindo a incompletude de seus dogmas, abrindo os horizontes do corpo Körper para o corpo Leib é o desafio desse ou desses cursos que ora estamos lhe propondo.

Nas palavras de Heidegger “Não se trata de hostilidade contra a ciência como tal, mas sim da crítica à falta de reflexão com relação a si mesma que nela predomina”. Lembrando que Heidegger buscou no grego o significado de criticar: diferenciar, realçar.

Em uma conferencia na casa do psiquiatra Medard Boss em Zllikon na Suíça, Heidegger contesta o psiquiatra Hegglin que propunha medir a tristeza, o psíquico, através do volume de líquidos, reação somática das lagrimas choradas. Heidegger faz uma poética colocação: “Na verdade, porém, as lágrimas nunca podem ser medidas. Medem-se na melhor das hipóteses um líquido e suas gotas, mas não as lágrimas. As lágrimas só podem ser vistas diretamente. Qual é o lugar das lágrimas? São elas algo somático ou algo psíquico? Nem uma coisa nem outra”.

“O caminho não está na proteção dada pelas medidas e respostas científicas, mas no contato com o corpo Leib”, resume Zafirian. E se nos damos conta de que na construção bem como no estudo das ciências existe sempre algo além, que não permite a completude, isso não desvaloriza a ciência como prática, apenas a coloca frente à eterna pergunta. É possível negar que a participação do ser humano dos dois lados da pesquisa científica como pesquisador ou como objeto desta, descarte a subjetividade?

No tema da motivação-desejo prossegue a busca para além da abordagem científica de caracterizar, dimensionar, medir. Tomamos como leitura complementar o livro “Você quer o que deseja?” de Jorge Forbes. O próprio título levanta a constatação. Os motivos-desejos estão longe de terem como objetivo principal à satisfação de necessidades corporais. Excedem as previsões da ciência.

Na desorientação característica da sociedade globalizada crescem de forma alarmante sintomas que não são capturados pela razão. Os alunos estudam, documentam casos extremos de anorexia, de bulimia, violência, delinqüência, toxicomanias. Dão-se conta que há algo que excede à razão.

Para Lipovetsky se esse excesso caracteriza os tempos hiper-modernos em que vivemos, também faz parte desta época a redução do passado. O estudo do cérebro e de suas manifestações no comportamento ganha outro olhar.

Para Freud professores assim como políticos e psicanalistas, são profissionais do incompleto já que no processo educativo há sempre algo que resta, algo impossível de substituir, algo que escapa e pelo que temos que nos responsabilizar.

O psicanalista Jacques Lacan disse: “De nossa posição de sujeito somos todos responsáveis”. Responsáveis por dar sentido à surpresa desse curso e pelo desejo de estarmos aqui.

Para saber mais sobre isso, ou se inscrever em qualquer de nossos cursos, entre em contato conosco.

Publicado em 11/03/2009 às 10:26 hs, atualizado em 04/09/2012 às 15:03 hs


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